12 Ameaças que impactam a Estação Ecológica de Fechos

12 Ameaças que impactam a Estação Ecológica de Fechos

Além de abrigar mananciais d’água que abastecem Belo Horizonte e Nova Lima-MG, a Estação Ecológica de Fechos (EEF) é habitat para espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo. Ainda assim, o local é vulnerável quanto à sua preservação.

Conheça os 12 principais problemas que impactam a EEF e entenda porque o desafio de proteger essa Unidade de Conservação é tão grande.

1) Expansão urbana acelerada no entorno

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), a população do município de Nova Lima-MG aumentou cerca de 25% nos últimos 10 anos, saltando de 75.530 para 93.577 habitantes.

2) Áreas de mineração próximas da EEF

A exploração de minério na região é uma atividade industrialmente forte. Nos últimos anos, pedidos de licenciamento para expansão das operações em locais próximos à EEF foram registrados junto ao Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM/MG).

3) Despejo clandestino de lixo

Há registros de materiais de construção, carrinhos de supermercado e outros detritos que já foram jogados no local por moradores da região ou outras pessoas que entram na área de forma ilegal.

4) Trânsito de veículos off road e de motocicletas

Uma pista para a prática do esporte e trânsito dos veículos já foi identificada dentro da EEF. Denúncias oficiais confirmam que já ocorreram atividades do tipo no local. Além de impactar a flora, essas ações geram processos erosivos no solo da Unidade influenciando nos cursos d’água.

5) Prática de mountain bike e trekking

O Plano de Manejo da EEF prevê que “o simples exercício de percorrer regiões de campos rupestres, ferruginosos ou quartzíticos pode danificar a sensível flora, bem como a integridade do substrato desses locais”. Caminhadas e trânsito de bicicletas na região sem acompanhamento são, portanto, prejudiciais para a Unidade.

6) Queimadas na região

São causadas, normalmente, por descarte de cigarros, uso de velas em rituais religiosos, churrasco feito em acampamentos, fogo em lotes e áreas próximas.

7) Rompimento de cercas

Ocorre, principalmente, devido à dificuldade de fiscalização na área.

8) Extração ilegal de plantas

Praticada por pessoas que transitam na região ou adentram a EEF sem acompanhamento oficial.

9) Invasão de animais domésticos

De acordo com o Plano de Manejo da EEF, invasão ocorre principalmente por cães domésticos vindos do Bairro Jardim Canadá em Nova Lima-MG.

10) Carreamento de óleos da BR-040

Problema ocorre especialmente em períodos de chuva quando os óleos são carreados pela drenagem pluvial da rodovia atingindo diretamente o Córrego Fechos, um importante manancial que abastece Belo Horizonte e Nova Lima-MG.

11) Lançamento clandestino de esgoto

Esgoto não doméstico é aquele advindo de atividades industriais, comerciais ou de prestação de serviços. Esse tipo de efluente precisa ser tratado pelo empreendimento antes de ser lançado na rede de esgoto. Do contrário, contamina os recursos hídricos e prejudica a biodiversidade ao longo do curso d’água. Já o esgoto doméstico é aquele gerado nas residências ou instalações hidráulico-sanitárias como cozinha, chuveiro, pia, vaso sanitário, etc. A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE/MG) registrou o lançamento clandestino desses efluentes em cursos d’água da região nos últimos anos, incluindo pontos do Córrego Fechos. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) reconhece que cerca de 40% de todo o esgoto gerado no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima-MG, não é tratado pela empresa, sendo grande parte lançado ilegalmente no Córrego Fechos a montante e a jusante do ponto de captação, ou seja, antes e depois. Atualmente, ARSAE, COPASA e Prefeitura Municipal de Nova Lima trabalham com um plano de ação para notificar e coibir empreendimentos de tal prática.

12) Erosões

Com o solo descoberto, processos erosivos são acelerados nos períodos de chuva. Esse problema ocorre em áreas da EEF, conforme aponta o projeto de “Diagnóstico hidroambiental de nascentes, focos erosivos e áreas degradadas na área de influência hídrica da Estação Ecológica de Fechos”. A utilização de técnicas de estabilidade do solo é fundamental para reverter esse processo.